segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

O SABONETE

   

    Um garoto pobre, com doze anos de idade, vestido e calçado de forma humilde, entra na loja, escolhe um sabonete comum e pede ao proprietário que o embrulhe para presente.

     - É para a minha mãe - diz com orgulho.

     O dono da loja ficou comovido diante da singeleza daquele presente. Olhou com piedade para seu freguês e, sentindo uma grande compaixão, teve vontade de ajudá-lo. Pensou que poderia embrulhar, junto com o sabonete comum, algum artigo mais significativo.
    Entretanto, indeciso, ora olhava para o garoto, ora para os artigos que tinha em sua loja. Devia ou não fazer? O coração dizia sim, a mente dizia não. O garoto, notando a indecisão do homem, pensou que ele estivesse duvidando de sua capacidade de pagar. Colocou a mão no bolso, retirou as moedinhas de que dispunha e colocou-as no balcão.
     O homem ficou ainda mais comovido quando viu as moedas, de valor tão insignificante. Continuava seu conflito mental. Lembrou-se de sua própria mãe. Fora pobre e, muitas vezes, em sua infância e adolescência, também desejara presentear a sua mãe. Quando conseguiu emprego, ela já havia partido para o mundo espiritual.O garoto, com aquele gesto, estava mexendo nas profundezas de seus pensamentos.
     Do outro lado do balcão, o menino começou a ficar ansioso. Alguma coisa parecia estar errada. Por que o homem não embrulhava logo o sabonete?

     Impaciente, ele perguntou:
    - Moço, está faltando alguma coisa?
    - Não - respondeu o proprietário de loja - é que, de repente, me lembrei de minha mãe, que morreu quando eu ainda era  muito jovem. Sempre quis dar uma presente a ela, mas, desempregado, nunca conseguira comprar nada.
    Na espontaneidade de seus doze anos, perguntou o menino:
    - Nem um sabonete?

    O homem se calou, Refletiu um pouco e desistiu da ideia de melhorar o presente do garoto. Embrulhou o sabonete com o melhor papel que tinha na loja, colocou uma fita e despachou o freguês, sem responder mais nada.
     A sós, pôs-se a pensar. Como é que nunca pensara em dar algo tão  simples à sua mãe? Sempre entendera que presente tinha que ser alguma coisa significativa, tanto assim que, minutos antes, sentira piedade da singela compra e pensava em melhorar o presente daquele garoto.
     Comovido, entendeu que, naquele dia, tinha recebido uma lição, Junto com o sabonete do menino, seguia algo mais importante e grandioso, o melhor de todos os presentes: o gesto de amor!💚


( Autor Desconhecido)

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